Um projeto de Lei ganhou o apelido de “Lei da Palmada”, que proíbe toda e qualquer agressão contra crianças – mesmo que seja uma palmada dada pelo pai ou pela mãe.
Compreendo e elogio o objetivo maior da Lei, que é frear a ação irracional de uma série de adultos desequilibrados que perdem a cabeça e ganham força no braço, de forma que a palmadinha vira surra! Porém entendo que a generalização que a Lei faz é condenável. Colocar toda e qualquer palmada como crime confunde as coisas. Dizer que um pai e uma mãe que dão uma palmadinha para chamar atenção da criança são criminosos é exagero. Supor que muitos não sabem diferenciar palmada de espancamento é desacreditar de tudo.
No meu entender, o que realmente merecia um corretivo, quem realmente deveria receber uma forte palmada não são as crianças, mas uma senhora já crescida chamada “Impunidade”!
Lamento o quanto nós nos detemos em criar novas leis, ao invés de punir as transgressões. Já há leis que punem espancamentos e agressões a menores. Por isso o problema não é a falta de leis, mas a falta de punição.
A impunidade reina! O irônico é que a Lei da Palmada de uma ou de outra forma acaba levando um pouco mais de impunidade para dentro de casa. Por outro lado a Bíblia diz: “É bom corrigir e disciplinar a criança. Quando todas as suas vontades são feitas, ela acaba fazendo a sua mãe passar vergonha” (Pv 29.15). E ainda: “Quem não castiga o filho não o ama. Quem ama o filho castiga-o enquanto é tempo.” (Pv 13.24)
Sei que para punir, não é preciso agredir. Aprovo a força do diálogo e conheço a fraqueza da violência. Por isso não condeno o objetivo da Lei, porém destaco que a solução está na educação das pessoas, a fim de que saibam se controlar, medir, julgar, dialogar. A solução não está no texto da Lei. Pena que em nosso país se gasta tanto com legisladores e tão pouco com os educadores.
O Mestre Jesus estaria sempre pronto a desestimular toda e qualquer forma de violência, especialmente contra crianças. Para combater toda maldade apregoou uma única Lei, a Lei do Amor. Educar e cuidar com amor. Honrar e respeitar com Amor. Por Amor ele sofreu sobre si, palmadas, bofetadas, chicotadas e inclusive a crucificação.
Uma palmada com Amor é mais nobre que a omissão daquele que nem se importa com a verdadeira educação. Mas, o diálogo firme e amoroso é ainda mais valioso.
Ismar L. Pinz