quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Deixar a Vida nos levar ou levar a Vida?


Nesse Ano Novo poderia alguém desejar a morte? O que você pensaria se alguém revelasse esse desejo? Talvez iríamos imaginar que o sujeito estivesse com depressão ou coisa do tipo.

Porém, certa vez, um cristão olhou para o futuro, assim como costumamos fazer na virada de ano, e revelou desejar a morte. Absolutamente não sofria de depressão, antes olhava o amanhã com a Luz da Vida Eterna e ansiava estar junto de Deus no Céu.

Estou falando de Paulo de Tarso, o apóstolo, que escreveu: “Para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro (Fp 1.21)”. Paulo não via nesse mundo um tédio sem fim. Bem pelo contrario, havia muito a ser feito! Ele revela de maneira ainda mais clara afirmando se sentir encurralado – dizia ele que não sabia o que escolher, pois na morte estaria com Deus (v.23), e no viver poderia servir a Deus, amando e ajudando outras pessoas.

Nessa onda de desejos que sempre invade o coração humano na virada de ano, as palavras do apóstolo servem de orientação. Ele escreveu: “O meu grande desejo e a minha esperança são de nunca falhar no meu dever, para que sempre, e agora ainda mais, eu tenha muita coragem. E assim, tudo o que eu disser e fizer, tanto na vida como na morte, eu poderei levar outros a reconhecerem a grandeza de Cristo” (Fp 1.20).

O fato é que muitas pessoas apenas aprendem a viver quando se deparam com a morte.  Repete-se que a única certeza da vida é a morte; porém dificilmente se leva a sério essa frase. Somente encarando essa certeza é que podemos nos dar conta de como supervalorizamos coisas passageiras, vaidades e muitas outras coisas sem nenhuma consistência.  O sábio rei Salomão já dizia: “é tudo como correr atrás do vento! (Ec 1.14­)” O resultado dessa correria é que ao final dos dias, meses, anos, repete-se com chatice um monte de “devia isso... devia aquilo...”  

No ano que passou tsunamis, terremotos, atentados, enxurradas e muitos outros eventos nos ensinaram que nessa vida tudo passa! Inclusive nós!

O que fazer diante dessa realidade? Podemos encarar a filosofia do “deixar a vida nos levar”, porém mais sábio e responsável é viver contente em toda e qualquer situação, não deixando a vida nos levar com suas tendências mesquinhas e banais, mas ir “levando a vida”, com responsabilidade e fé, com olhos fixos em Jesus! Nele nosso ano será iluminado e nosso coração será preenchido com a agradável sensação de viver uma vida que vale a pena, e morrer na certeza de sermos levados para Vida eterna. Seja o que for, com Cristo, estamos sempre no Lucro.
 Ismar L. Pinz
Comunidade Luterana Cristo Redentor, Pelotas, RS